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Como Começar a Desenhar


O desenho é a representação de imagens ou objetos que observamos ou de nossa criação. Estamos acostumados que o desenho é feito em lápis sobre papel, de fato é a maneira mais comum, mas também existem outras, como por exemplo, carvão vegetal sobre papel. O desenho pode ser feito apenas com lápis preto, ou também em cores. Desenhamos também para fazer esboços de pinturas, projetos de arquitetura, design de produtos e protótipos variados. Vou começar aqui falando do desenho artístico de observação. O desenho sempre deve ser aprimorado, isso quer dizer que só sabe desenhar quem desenha. Todos podem desenhar e o desenho é um exercício contínuo, quanto mais se desenha, mais se ganha segurança, aprimora nosso olhar de observação e aprimora os traços.

Primeiro Exercício:

  • desenhe tracinhos, pontilhados, figuras geométricas, ondulados e repita-os muitas e muitas vezes. OBS: você vai notar que quanto mais fizer esse exercício, mais domínio terá do seu traço.
  • durante o exercício pressione mais o lápis no papel e risque bem levemente, verá as diferenças que isso produzirá nos traços.
  • sugiro também que você tenha um caderno de desenhos, assim você poderá acompanhar o seu crescimento como desenhista.

Tipos de Grafite

tipos de grafite

Vou falar agora um pouco mais sobre o lápis, existem vários tipos de grafites, eles possuem letras e números para caracterizar o tipo de traço que produzirá, se mais macio ou mais “duro”. Os lápis H possuem grafite firme, produz traços mais finos e “duros” pois coloca menos grafite no papel. Os lápis B possuem grafite mais macio, produz traços mais esfumaçados e largam mais grafite no papel, quanto maior o número mais macio e mais grosso fica o traço. Exemplo: um lápis 6B é ideal para sombras, o grafite é grosso e macio.

  • H - usado mais para desenho técnico
  • HB - lápis mais comumente usado para escrita normal
  • 2B – Usado para esboços
  • 3B – Ideal para a textura da pele
  • 4B – pelos e cabelos
  • 5B – Usado para as sombras
  • 6B a 9B – Usado para as sombras mais escuras


Kits básicos com os principais grafites que já dá para começar:




Kits mais completos, com muitos recursos de grafite:






AULA 2: Texturas

Para dar sombras e efeitos de claro e escuro podemos usar as texturas. Essas texturas também podem ser feitas apenas com o lápis preto, com os diversos grafites disponíveis.

Num primeiro momento talvez você não consiga captar a infinidade de texturas que podemos fazer com o lápis preto, mas vamos exercitar e você vai ver como sua imaginação vai longe

Exercício Texturas:

Pegue um lápis e uma folha de papel ou já use o caderno de desenho que sugiro anteriormente, se já tiver adquirido lápis de grafites diferentes você vai poder experimentar todos.

  • faço vários quadrados no papel de aprox. 10x10 cm
  • em cada quadrado faça um tipo de textura diferente, use xadrez, linhas horizontais, verticais, diagonais, sobrepostas, figuras geométricas em sequência
  • use também o recurso de tamanho, faça essas mesmas texturas com as linhas mais próximas e mais distantes, você verá que formam efeitos diferentes.
  • durante o exercício pressione mais o lápis no papel e risque bem levemente, verá as diferenças que isso produzirá também nos efeitos das texturas.


Nesse passo, você já terá condições de perceber na prática as infinidades de possibilidades que lápis e papel já podem produzir com pouco conhecimento.





AULA 3: Desenho de Observação

Agora que você já testou e treinou seu traço e aprimorou a coordenação motora fina, você já pode dar início ao seu primeiro desenho de observação.

O desenho de observação constitui basicamente a habilidade de ver com atenção tudo que está a sua volta. Quanto mais observação, mais detalhado ficará seu desenho.

Vamos começar por objetos de forma mais simples, para que o excesso de informação não atrapalhe e te desanime.

Exercício Desenho de Observação:

Pegue um lápis e uma folha de papel ou já use o caderno de desenho que sugiro anteriormente, se já tiver adquirido lápis de grafites diferentes você vai poder experimentar todos.

  • escolha objetos simples e faça uma composição, em cima de uma mesa, com no máximo três deles, sugiro vasos simples, plantas com poucas folhas, livros, caixinhas, potes, etc...
  • sente-se a frente dessa composição de três objetos, comece analisando o ângulo de visão que você está vendo esses objetos, se de frente, de lado e de qual lado.
  • delimite o espaço de visão dos objetos que vai desenhar e faça o mesmo no papel, no início não se preocupe muito com as proporções em relação ao papel, mas no seu segundo ou terceiro desenho você já deve começar a fazer isso. Se achar que precisa divida folha em quatro pontos com um linha vertical e uma horizontal no centro do papel e faço o mesmo, só que com linhas imaginárias na composição escolhida para desenhar.
  • observe de onde está vindo a luz e onde ela está sendo projetada nos objetos, use seus lápis de grafite mais grosso para reproduzir a sombra no desenho
  • com os vários traços sobrepostos, com um grafite 2B você verá como ele deslizará facilmente no papel facilitando o exercício. Por que ainda não falei das cores? porque quero que você comece com o desenho em preto e branco, além de belíssimos resultados ele será a base para depois, em outro momento, colocamos as cores.

Conforme vá executando esses desenhos com composição de poucos objetos, vá aumentando a quantidade de objetos e também os ângulos de onde está fazendo o desenho. Escolha cantos de sua casa e vá aumentando, aos poucos, o tamanho de visão para desenhar.

Depois de pegar prática, você pode começar a desenhar paisagens, comece por espaços pequenos, depois tente paisagens maiores. Cada vez mais observe a luz e sombras em seu desenho. Lembre-se que o claro e escuro são as ferramentas para passar essa sensação para o papel.




AULA 4: Desenvoltura do Traço

Talvez você tenha encontrado dificuldades nos exercícios da aula 3, mas não desista, é normal acharmos que não sabemos desenhar ou que não temos "talento". O desenho só é aprendido desenhando, quanto mais treino, mais aprendizado e mais resultados positivos vão acontecendo. O desenho é uma repetição, temos que dominar os materiais, a começar pelo treino no uso do lápis. Como segurar para ter efeitos diferentes, somente a prática dará essa segurança.


Chegou o momento de você experimentar algumas possibilidades para o desenvolvimento do traço. Essas propostas são muito simples e poderão ser exercitadas sempre que você sentir necessidade.


Exercício Domínio do Lápis:

Pegue um lápis e uma folha de papel ou já use o caderno de desenho que sugiro anteriormente, se já tiver adquirido lápis de grafites diferentes você vai poder experimentar todos.

  1. Três maneiras de segurar o lápis

    a) Primeira etapa: segure o lápis com os dedos próximos à ponta, como se fosse escrever. b) Em uma folha de papel, faça pequenos rabiscos, linhas, círculos, ondas e zigue-zagues. c) Segunda etapa: segure o lápis no meio de sua extensão. Você irá perceber que desta forma a sua mão irá ficar mais distante do papel. d) Preencha outra folha de papel com rabiscos, texturas, linhas, círculos etc. e) Terceira etapa: segure o lápis na extremidade contrária à sua ponta. f) Em outra folha de papel, repita os procedimentos de desenho das outras etapas. g) Compare as três folhas e perceba a diferença no traço que a maneira como segurar o lápis proporciona.
    É comum que algumas pessoas, ao desenhar, se sintam inseguras e se utilizem da borracha em excesso. A borracha é uma ferramenta importante, mas usá-la demasiadamente, principalmente no início da aprendizagem, pode atrapalhar o desenvolvimento do desenho.
    A proposta seguinte busca empregar essa ferramenta de uma outra maneira, como recurso de criação, e não de apagamento de supostos erros.

  2. Inverta a técnica: Lápis e borracha

    a) Rabisque uma folha de papel até preencher sua superfície por completo. b) Observando algum objeto, inicie um desenho nesta folha utilizando uma borracha.


Sketchbook ou caderno de esboços:

Eu já havia sugerido na primeira aula que você tenha um caderno de desenhos, eles são muito úteis para manter seus exercícios e ideias arquivadas no mesmo local.

Esse hábito é utilizado por artistas desde a antiguidade, você verá inclusive em museus esses cadernos e/ou pedaços deles que foram resgatados de artistas famosos. Eles são como meio de pesquisa, registrando ideias, desenhos, rabiscos, projetos, rascunhos.

Conhecido como sketchbook no mundo das artes nada mais é que é uma espécie de caderno/livro de esboços e é um suporte no qual se realiza desenhos dos mais diversos tipos. São inúmeros os aspectos materiais que compreendem esse suporte, sendo o mais comum o bloco de papel encadernado, porém há uma gama enorme de sketchbooks no mercado. Os cadernos de esboços podem ser feitos de diferentes tamanhos, tipos de folhas e capas.


Veja alguns exemplos das anotações de artistas famosos:


  • Leonardo da Vinci (1452-1519)


  • Eugène Delacroix (1798-1863)


  • Vincent Van Gogh (1798-1863)


Como pudemos observar esses cadernos foram sempre muito usados por artistas, em vários momentos da história da arte viu-se também esses esboços como obras finais. Muito valiosos como arte e também para contar e registrar fatos históricos da época.

Agora que nos inspiramos com os grandes mestres da pintura temos mais um motivo para também termos nosso caderno de esboços e exercícios.




AULA 5: Composição: como organizar uma cena no seu desenho

Uma composição visual é a organização, por diversas maneiras, dos elementos do desenho. Quando falamos em composição, nos referimos ao desenho, à forma como ele se apresenta, à estrutura pela qual se organizam as partes que o compõem, que resultam na impressão que ele causa. Ou seja, a composição se refere ao conjunto total de um trabalho visual, justamente ao resultado final.

Ao elaborar uma composição, estamos fazendo um arranjo dos diversos elementos que constituem o todo. Para isso, devemos observar alguns aspectos e estratégias de construção, que vão dos mais simples aos mais complexos:

Margens:

são os limites da composição, que definem o enquadramento da imagem. As margens podem limitar o desenho, ou ele pode ser sangrado, o que significa que partes da composição são cortadas pela margem.

Enquadramento:

é a maneira pela qual serão dispostos os elementos contidos nas margens da composição. Enquadrar significa determinar de que forma a composição e seus elementos serão dispostos no papel. É uma ação semelhante a tirar uma fotografia: ao apontar a lente de seu celular para registrar uma cena, você escolhe a distância, determina que espaços são ocupados pela pessoa ou pelo fundo, move o celular para escolher quais elementos do fundo vão aparecer, procura escolher o melhor ângulo do fundo ou da pessoa retratada ou, se ela vai aparecer de corpo inteiro ou até a cintura: todas essas escolhas são ações de enquadramento, e podem ser feitas numa composição de desenho, também. Essas escolhas incluem determinar se a composição é horizontal ou vertical, proporção e distância entre figura e fundo, espaço que cada elemento ocupa no papel, centralização e posicionamento dos elementos, entre outros. No desenho de observação, nós observamos uma composição para registrá-la no papel, portanto é muito importante identificar e reconhecer esses aspectos. Você pode determinar o ângulo, a distância da qual vai desenhar e como vai enquadrar o que está vendo no papel, limitado pelas margens de seu desenho. Você pode fazer uma rápida experiência para compreender melhor como enquadrar uma cena, para determinar como desenhá-la no papel e construir a sua composição:

Exercício:

  1. Recorte um retângulo de papel - cartão

  2. Com um estilete, recorte uma janela retangular dentro do retângulo de papel - cartão.

Agora, você já tem um visor com o qual você pode exercitar o enquadramento visual. Se você apontar o visor para uma cena e olhar por dentro da janela, verá essa cena enquadrada. Ao afastar ou aproximar o visor de seus olhos, você altera o que cabe nas margens e, ao movê-lo, você encontra diferentes ângulos para seu enquadramento. Ao segurar o visor a uma distância fixa de seus olhos e se mover para a frente e para trás em relação à cena enquadrada, você altera o espaço que os elementos ocupam na composição – é um zoom. Para realizar um desenho de observação de uma cena com vários elementos, esse tipo de visor pode ser usado como um excelente recurso para enquadrar, observando e selecionando o que vai fazer parte da composição da cena através dele.

A proporção

Outro aspecto importante de uma composição visual quando seu objetivo é retratar uma situação naturalista ou figurativa, ou seja, retratar a realidade, é a proporção. Observar atentamente as medidas das diferentes partes de um animal, uma edificação, um objeto ou uma figura humana é essencial para que um desenho de observação possa de fato remeter ao seu motivo aquilo que ele representa.

A proporção é a razão ou relação de medidas entre diferentes partes de um objeto ou diferentes objetos. Se você desenha um cão com a cabeça muito grande, dizemos que ele está sem proporção, ou desproporcional, pois a relação entre o tamanho do corpo e da cabeça do animal não foi observada ou respeitada.

Na figura abaixo, você observa como essas medidas podem se proporcionar de diversas formas entre si, e que também é possível estruturar o tronco a partir de uma figura geométrica.

Sobre a proporção o assunto é bem longo, você pode pesquisar mais a fundo, como por exemplo, os tipos de proporções existentes, pontos de fuga perspectivas, entre outros. Mas, apenas pela observação já é possível que você mesmo determine os principais pontos das figuras a serem desenhadas para que mantenha a proporção a mão livre.




AULA 6: Luz e Sombra

Luz: claridade, sombras (própria e projetada), claro-escuro; orientação: a direção de uma forma relativamente ao plano do solo, aos pontos cardeais para estudo da sombra.

Existem maneiras de ver a luz e de ver a sombra, e elas dependem do local e também da posição de cada objeto. É necessário treinar o olhar para perceber de onde vem a luz e como ela reflete nos objetos ou nas paisagens.

As sombras podem ser representadas por vários tons de cinza.

Note como uma pequena adição de luz ao desenho já torna um simples círculo numa esfera dando a ideia de tridimensionalidade.

Deve-se ter em consideração os reflexos produzidos pela luz, que projetam as superfícies ou objetos vizinhos, já que estes aclaram a sombra própria. Além disso, o papel das sombras e da luz no desenho não se restringe à representação do volume, para o qual eles são fundamentais. Contrastes entre claro e escuro, luz e sombra e os jogos de iluminação e penumbra conferem dinâmica às composições e podem ser usados como estratégias para destacar pontos, objetos ou personagens, e também para criar diferentes climas na cena retratada.

Exercício:

  • Faça você mesmo sua escala de cinza, comece pelo mais escuro que conseguir fazer com seu lápis e depois nos demais quadrados vá diminuindo a pressão colocada sobre o lápis, você vai notar que conseguirá dominar a pressão que colocará no lápis para obter o tom de cinza desejado quando for usar em seus desenhos.
  • Pesquise mais sobre luz e sombra, uma boa fonte de observação de luz e sombra é em fotos, faça uma pesquisa em sites de imagens com os termos "luz e sombra" e se delicie com as imagens que irá admirar e com isso também treinará seu olhar para identificar de onde a luz vem e onde é projetada em cada cena.

Abaixo alguns exemplos de fotos com esse conceito bem trabalhado:



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